Filtro de Daltonismo

Orientações para prevenção e combate ao desvio de funções no âmbito do Centro Paula Souza

O desvio de função caracteriza-se pelo desempenho de serviços não inerentes àquele para o qual foi admitido o empregado, em decorrência de uma modificação, pelo empregador, das funções originalmente pactuadas, sem a correspondente paga (CANAVARRO, 3ª Turma do TRT-PE, 2023).

As supracitadas legislações têm como objetivo proporcionar clareza sobre as responsabilidades e atribuições de cada emprego/função, promovendo uma gestão mais eficiente e eficaz. É essencial que todos os gestores conheçam e respeitem essas definições, evitando, assim, o desvio de função, que pode acarretar diversos problemas para o CPS e para os servidores. 

Os gestores desempenham um papel crucial na implementação e fiscalização das diretrizes estabelecidas nas supracitadas legislações. É responsabilidade de todos garantir que cada servidor seja respeitado em suas atribuições, promovendo um ambiente de trabalho saudável, seguro e produtivo.  

Riscos do Desvio de Funções

A alocação de servidores em funções para as quais não estão habilitados pode desencadear uma série de implicações legais e trabalhistas para a instituição, incluindo: 

  • Direito de Reivindicação: Servidores podem pleitear o reconhecimento do vínculo, e consequentemente a devida remuneração e seus reflexos correspondente ao emprego/função que efetivamente estão exercendo, expondo a instituição a ações judiciais. 
  • Responsabilidade Civil: Caso o servidor cometa um erro por falta de capacitação, a instituição pode ser responsabilizada civilmente por danos a terceiros. 
  • Qualificação profissional x atribuição do emprego: Mesmo que o servidor tenha a qualificação profissional necessária para realizar determinada atividade, se as atribuições exercidas não estiverem previstas no descritivo do emprego que ocupa, haverá incompatibilidade com a legislação vigente. 

O risco ocupacional é a probabilidade de um servidor sofrer algum dano, resultante de suas atividades profissionais. Assim, são acidentes ou doenças ocupacionais que podem ocorrer de acordo com a ocupação que exercem. 

Quando um servidor exerce atividades para as quais não está treinado, há um aumento da exposição a riscos ocupacionais. 

O desvio de função pode resultar em um desconhecimento dos procedimentos de segurança apropriados para a função alheia. Um funcionário que não está familiarizado com os riscos associados a uma tarefa alheia pode não seguir as diretrizes de segurança, aumentando o risco de acidentes. 

A realização inadequada das atividades alheias as que fazem parte do rol estabelecido à emprego/função para qual o servidor foi admitido, poderá expô-lo a riscos ocupacionais como:  

  • Físicos: São riscos relacionados ao ambiente de trabalho, como ruídos, vibrações, radiações ionizantes, frio, calor, pressões anormais e umidade. 
  • Químicos: São riscos relacionados a substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar no organismo do trabalhador, como gases, poeiras, vapores, fumos, neblinas ou névoas. 
  • Biológicos: São riscos relacionados à interação com microrganismos patógenos, como bactérias, fungos e protozoários.  
  • Ergonômicos: São riscos relacionados à interação do homem com as máquinas e equipamentos, que podem impactar negativamente as características psíquicas e fisiológicas dos servidores. 
  • Acidentais: São riscos relacionados a situações que podem representar um risco de acidente, como máquinas e equipamentos sem proteção, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, não uso ou uso inadequado de Equipamento de Proteção Individual (EPI), entre outros.  

Além dos riscos trabalhistas, a designação inadequada de funções pode comprometer a integridade física e psíquica do servidor, como: 

  • Desmotivação: A falta de reconhecimento e a dissociação entre função e habilidades podem resultar em desmotivação e insatisfação profissional. 
  • Insegurança: Exercer atividades que não são do seu domínio, pode aumentar a sensação de vulnerabilidade e ansiedade.
  • Estresse: A pressão para executar tarefas estranhas pode resultar em estresse excessivo, afetando sua saúde mental.

Medidas preventivas

Para mitigar os riscos associados ao desvio de função, recomendamos as seguintes medidas: 

🗺️ Mapeamento

Implementar um processo contínuo de mapeamento, assegurando que os servidores estejam exercendo suas atribuições de acordo com suas competências. 

🧠 Capacitação

Promover treinamentos regulares que preparem os servidores para suas funções e que incentivem o desenvolvimento profissional. 

🔎 Revisão de Atribuições

Realizar revisões periódicas nas atribuições e classificações, adaptando-as conforme necessário às mudanças nas demandas institucionais.

Mapeamento contínuo

O mapeamento contínuo das atribuições dos agentes públicos é essencial para garantir que as funções exercidas estejam em conformidade com as competências estabelecidas. Esse processo não apenas promove a transparência e a integridade na Administração Pública, mas também assegura que os recursos e esforços sejam direcionados de maneira eficiente e eficaz.

Ao identificar e monitorar as responsabilidades de cada agente, é possível prevenir desvios de função, otimizar a alocação de tarefas e fomentar uma cultura de responsabilidade e comprometimento. Além disso, o mapeamento contínuo facilita a identificação de necessidades de capacitação e desenvolvimento, contribuindo para a formação de um serviço público mais competente e alinhado às demandas da sociedade. Essa prática é fundamental para fortalecer a governança e garantir que o serviço público atenda às expectativas da população.